21 Out 2021—21:00
Descolonizar/Reativar: Arquivos e Representação

A conversa moderada por Desirée Desmarattes, gira em torno da coleção de Ben Krewinkel sobre a representação visual de África através do livro fotográfico. E sobre prática curatorial de Awa Konaté, focada nos paradigmas descoloniais, logo destacando o arquivo como parte da sua metodologia, com vista a repensar diferentes abordagens para o envolvimento institucional e do público em produções culturais africanas.

James Barnor: Accra/London - A Retrospective (Vista instalação, 19 Maio – 24 Outubro 2021, Serpentine) © Zoe Maxwell
Awa Konaté, dinamarquesa-marfinense, vive e trabalha entre Londres e Copenhaga, é curadora independente, investigadora e fundadora da plataforma de investigação Culture Art Society (CAS). A sua prática curatorial foca-se em paradigmas descoloniais para tornar acessíveis e evidenciar a historiografia da arte, teoria e práticas de artistas negros e africanos da diáspora na programação pública e exposições.
Konaté é especialista em fotografia, cinema e outras práticas baseadas nas lentes, destacando em primeiro plano os arquivos como parte da sua metodologia curatorial com vista a repensar e facilitar diferentes abordagens para o envolvimento institucional e do público em produções culturais africanas. Trabalhou com instituições como Serpentine Galleries, The Danish Film Institute, CIRCA, e os seus textos foram publicados por Third Text, Phaidon, Paletten Art Journal, entre outros. Atualmente, lidera a residência de investigação curatorial da CAS com The Showroom Gallery em Londres.

Coiffures traditionelles et modernes au Mali. Editions Populaires du Mali and Editions Delroisse, Paris n.d. (c. 1975) © Mamadou Kone
Ben Krewinkel, (Maastricht, 1975) trabalha com o seu material de arquivo e de outras coleções públicas e privadas. Depois de estudar história (tese sobre o papel das mulheres na luta pela independência em Moçambique) e estudos fotográficos (tese sobre a representação dos “Brancos Pobres” na África do Sul no Século XX), o seu trabalho foca-se na conexão entre questões históricas e sociais, com ênfase na África e na diáspora africana. Publicou dois livros A Possible Life. (nomeado para o DutchDoc Award, 2012) e Looking for M. (2014), uma viagem visual por Moçambique.
Para além da sua prática, leciona fotografia na Escola de Jornalismo de Utrecht e trabalhou durante quatro anos na Academia Real de Arte em Haia. É também contratado pelo Stadsarchief Amsterdam (Arquivos da Cidade de Amesterdão) como membro do comité para o Photo Assignment anual de fotografia documental. Trabalhou como curador e designer de exposições e livros para vários artistas e organizações.
Atualmente, encontra-se ocupado com o projeto Africa in the Photobook, que trata da mudança da representação visual de África expressa através do foto-livro.
Como colecionador e proprietário de uma coleção particular de livros, escreve regularmente sobre a coleção e colabora com outras organizações. Por exemplo, esteve envolvido na exposição e no livro Photobook Belge (2019) e em várias exposições e palestras sobre (partes da) coleção. Atualmente, colabora com a editora parisiense Delpire & Co. numa publicação e exposição que estão previstas para o final de 2022 ou 2023.
Desirée Desmarattes é um dos membros fundadores do InterStruct Collective. Os seus tópicos de pesquisa incluem pós-colonialismo, transnacionalismo e identidade na arte visual e contemporânea. Concluiu o Mestrado em Arte e Design para o Espaço Público na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. A sua tese versou os legados in/visíveis de um passado colonial no espaço público do Porto. Licenciou-se em Estudos de Arte e Estudos Linguisticos Franceses na Universidade Duisburg-Essen com intercâmbio, em Fotografia na Marmara University Istanbul.